Recessão econômica não afetará ações do Sebrae
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está preparado para acelerar ações que minimizem efeitos da atual crise financeira global para o segmento das micro e pequenas empresas (MPEs), é o que afirmou o diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, durante reunião realizada na quinta-feira (05/02), com dirigentes da instituição de todo o Brasil.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está preparado para acelerar ações que minimizem efeitos da atual crise financeira global para o segmento das micro e pequenas empresas (MPEs), é o que afirmou o diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, durante reunião realizada na quinta-feira (05/02), com dirigentes da instituição de todo o Brasil. A entidade, que trabalha com planejamentos trienais, leva em conta direcionamentos estratégicos de longo prazo. O que está em vigor atualmente, por exemplo, vai até 2015.
"A atual crise pode afetar nossas receitas advindas da cobrança de contribuição sobre a folha de pagamento das empresas, mas temos caixa, poupança, para fazer frente a este efeito colateral da redução do número de postos de trabalhos", garantiu.
Na avaliação do diretor, a poupança serve justamente para atuar de forma anticíclica. E o Sebrae continuará, independentemente da conjuntura, trabalhando em ações que resultem em geração de emprego, renda e, consequentemente, em mais desenvolvimento socioeconômico. Para isso, a instituição pretende manter todos os investimentos previstos nas áreas de logística, infraestrutura e atendimento.
Segundo Carlos Alberto, o Sebrae não é o Governo, mas tem importante papel a cumprir na implementação de políticas públicas. "Nossos esforços serão redobrados este ano no enfrentamento de desafios característicos destes momentos de incertezas. Nossa missão é enxergar além da crise, porque ela certamente passará, mais depressa ou menos depressa do que se imagina", disse. "E enxergar além da crise é trabalhar sempre e com afinco para o aumento da competitividade das MPEs, apostando em inovação, em gestão e em mecanismos facilitadores do acesso a serviços financeiros", acrescentou.
O diretor ressaltou que analistas de bom senso não estão apostando em uma crise sistêmica. O consenso, explicou, é que se trata de uma crise decorrente da necessidade de fortes ajustes na economia global. E certamente a crise será superada mais rapidamente por países como o Brasil. "Teremos, então, um sistema financeiro mais forte, mais concentrado, e com uma maior participação governamental. Esta crise revalorizou o papel do Estado na regulação da economia", concluiu.
Para Governo, efeitos da crise serão menores em abril
A avaliação é do secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Alexandre Menezes da Silva, que também participou da reunião de dirigentes do Sistema Sebrae, em Brasília.
Menezes apresentou um quadro de projeções para a variação do crescimento econômico que aponta taxas de 1,8% até 4%, divulgado no ano passado. A primeira é proveniente do mercado e a segunda, mais otimista, do Governo. Ele deixou claro, porém, que qualquer nova previsão, mais consistente, só será possível depois que forem apurados os indicadores de desempenho econômico referentes ao primeiro trimestre do ano.
A aposta do Governo é de um segundo semestre bem melhor que o primeiro, ao contrário de previsões de mercado, que prevêem algum fôlego para a economia somente a partir do último trimestre do ano. A expectativa é que 2010 já comece num compasso de maior otimismo.
De acordo com o secretário, a atual crise pegou o Brasil em situação fortalecida em comparação às registradas em passado recente, pois o País possui reservas cambiais robustas, dívida externa equacionada, contas públicas e inflação sob controle. A relação dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) fechou 2008 em 35,5%, a mais baixa dos últimos anos. O percentual poderá cair ainda mais em função da tendência de redução das taxas de juros. "Essa queda abre espaço para gastos governamentais que movimentem a economia", explicou.
Além disso, Menezes admitiu que o saldo da balança comercial pode ficar abaixo dos US$ 14 bilhões (última projeção do Banco Central) este ano. "Mas não teremos déficit de jeito nenhum," garantiu. Isso porque, entre outros fatores, se as exportações caírem, também haverá redução nas importações nelas embutidas, efeito cruzado que, segundo o secretário, merece ser ressaltado.