Rede federal une empresários e cientistas
Uma parceria entre o governo federal e entidades de pesquisa já permitiu a modernização do processo produtivo de 243 empresas de Santa Catarina, a maioria delas vinícolas. O atendimento é feito por meio da Rede de Extensão Tecnológica do estado, que se destina a levar soluções tecnológicas para pequenos gargalos na gestão, projeto, desenvolvimento e produção das micro, pequenas e médias empresas.
Uma parceria entre o governo federal e entidades de pesquisa já permitiu a modernização do processo produtivo de 243 empresas de Santa Catarina, a maioria delas vinícolas. O atendimento é feito por meio da Rede de Extensão Tecnológica do estado, que se destina a levar soluções tecnológicas para pequenos gargalos na gestão, projeto, desenvolvimento e produção das micro, pequenas e médias empresas.
De acordo com Edgar Lanzer, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc) – que faz parte da rede -, os custos da capacitação dos empresários são, em grande parte, subsidiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Fundação de Apoio a Pesquisa Científica do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
“A Sociesc visita as pequenas e médias empresas para conversar sobre problemas de gestão e tecnologia e depois encaminha as demandas para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Regional de Blumenau”, explica Lanzer.
A rede de Santa Catarina é uma das 22 entidades estaduais de extensão que, juntamente com outras 20 de serviços tecnológicos e 14 centros de inovação, formam o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), um dos principais instrumentos para a aproximação da comunidade científica com as empresas que ainda está em fase de estruturação.
As redes estaduais, que já receberam mais de R$ 50 milhões em investimento do Sibratec, são hoje o braço mais avançado do programa. “As redes de extensão são aquelas que preparam as empresas para a inovação”, diz Ana Maria Pereira, coordenadora do Sibratec no ministério. Segundo ela, dentre os estados que já possuem redes de extensão, Santa Catarina e São Paulo são aqueles que mais avançaram nos resultados do programa.
As demais estruturas desenhadas no Sibratec ainda não têm resultados definidos. Dentre os centros de inovação, que viabilizam a transferência de conhecimentos científicos e tecnológicos para produtos e processos por meio de projetos cooperativos com empresas, os mais avançados são os de manufatura e bens de capital, vitivinicultura, microeletrônica e nanocosméticos.
Os dez setores restantes, ainda estão em processo de organização.
Já dentre os serviços tecnológicos, que colocam à disposição das empresas uma gama de laboratórios qualificados aptos a assegurar a qualidade dos produtos disponibilizados no mercado, a rede que está mais avançada é a de hemoderivados.
“Essa entidade avalia para ver se o produto está de acordo com normas, regulamentos, se atende regulamentação para exportação e possui laboratórios de ensaios e análises, acreditados pelo Inmetro”, afirma Ana Maria.
Experiência pioneira
Os primeiros dados de Santa Catarina mostram como é árduo o trabalho de incentivo à inovação nas empresas, já que os 243 atendimentos correspondem a pouco mais da metade da meta projetada para os atendimentos no estado. “O que falta no Brasil é o meio de campo, alguém que pegue os resultados das pesquisas acadêmicas e traduza para o setor público e o setor privado”, diz Marlos Lima economista da FGV e consultor da Cenários Prospectivos.
Já para o diretor do Instituto Publix, Gilberto Porto, além da falta de intermediação é necessário incentivar o demanda por inovação. “Hoje há muitas bolsas de pesquisa disponíveis, mas faltam projetos”, diz.
Jornal Brasil Econômico