Setor de software encerra 2010 com crescimento acima de 20%
Apesar da crise econômica, o mercado brasileiro de software e serviços fechou 2009 com crescimento de 2,4% e negócios de US$ 15,3 bilhões. Os números no País ficaram bem acima do cenário internacional, no qual o setor acompanhou um aumento de apenas 0,89%. As previsões para 2010 foram ainda mais otimistas. A indústria brasileira de software encerrou o ano com um crescimento acima de 20% sobre o faturamento de 2009, puxado pelo mercado interno. A previsão é da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
Apesar da crise econômica, o mercado brasileiro de software e serviços fechou 2009 com crescimento de 2,4% e negócios de US$ 15,3 bilhões. Os números no País ficaram bem acima do cenário internacional, no qual o setor acompanhou um aumento de apenas 0,89%. As previsões para 2010 foram ainda mais otimistas. A indústria brasileira de software encerrou o ano com um crescimento acima de 20% sobre o faturamento de 2009, puxado pelo mercado interno. A previsão é da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
“A ABES confirma previsão de crescimento do setor de software e serviços acima de 20% em 2010, especialmente alavancado pela demanda potencial e o diferencial competitivo que a TI aporta em termos de ganhos de produtividade, eficiência e efetividade dos processos de negócio e atendimento da sociedade. Esperamos que os USD 15 bilhões de mercado interno possam ser USD 60 bilhões em uma década”, diz o presidente da ABES, Gérson Schmitt.
2010 foi um ano de crescimento da demanda, acompanhando a forte retomada da economia brasileira, segundo Schmitt. “O desempenho do setor somente não será ainda melhor, e tem riscos nos próximos anos, pela falta de mão de obra especializada – faltam atualmente 70 mil profissionais de TI e este número pode dobrar a cada ano pelo equivocado modelo setorial promovido pelo governo”.
Exportações com pouco avanço
Esta alta no setor de software é puxada pelo mercado interno. Já com as exportações as previsões não são tão otimistas. O presidente da ABES explica o que acarreta o ritmo lento das exportações de softwares brasileiras. “As principais causas do pouco avanço das exportações de software e serviços brasileiros e do longo histórico de balança comercial negativa no setor estão diretamente associadas às consequências do insistente modelo setorial que fomenta o governo, maior consumidor de software do mercado, mas também o maior produtor, empresário, empregador e concorrente do setor”.
Schmitt explica que o governo usa dinheiro público para incentivar uma política de código aberto, que não estimula a pesquisa e o desenvolvimento privado ou não acadêmico, por falta de modelo econômico auto-sustentável. “Isso demanda ainda mais mão de obra, em que o país está cada vez mais atrasado em educar e capacitar, e ainda insiste em exportar serviços como commodities, competindo pelo custo do homem/hora, quando o país não tem profissionais suficientes, não é competitivo em custos macro-econômicos, tributários e trabalhistas e ainda deixa de vender inteligência replicável e com propriedade intelectual protegida”.
“Quem mais baixa software livre criado no Brasil com dinheiro público são empresas internacionais que preparam-se para competir no Brasil, aprendendo, sem custo, como tomar o mercado brasileiro – vide estatísticas de downloads do Portal do Software Livre. O setor precisa de um governo parceiro e menos empresário, com mais inteligência setorial e menos dogmático, para poder ser pragmático em resultados e no apoio de um setor de domínio estratégico para o crescimento do país, pois permeia horizontalmente toda economia, sociedade, serviços e vida das pessoas”, ressalta o presidente da ABES.
O que esperar para 2011
Gérson Schmitt espera que 2011 traga mais crescimento no mesmo ritmo, mas alerta para os antigos problemas. “Os mesmos problemas com a mesma filosofia e modelo setorial podem passar esta oportunidade histórica e estratégica para o setor internacional de TI”.
No sentido de evitar que estes problemas atrapalhem o bom momento e possa ajudar no ritmo de crescimento do setor de software, em agosto, as entidades do (Abes, Assespro, Brasscom, Fenainfo, Softex e Sucesu) iniciaram em conjunto um movimento para pedir ao governo uma mudança na legislação trabalhista para permitir a troca de cobrança de encargos sobre a folha de pagamentos pela cobrança de um tributo sobre o faturamento das empresas.
O documento, encaminhado para os candidatos que participavam da campanha presidencial, mostrava que os encargos sobre a folha de pagamentos são de 36% e que a mão de obra é o insumo dessas empresas. Uma das reivindicações das entidades é que o governo desonere em 20% os encargos e, ao invés de arrecadar com o recolhimento de encargos, passe a arrecadar com um imposto sobre o faturamento das empresas, entre 2% e 4%.
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