Setor de tecnologia e inovação cresce na Grande Florianópolis e impulsiona demais regiões de SC
A arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) por startups e empresas de tecnologia em Florianópolis (SC) cresceu 69% em 2022, em comparação a 2019. Os dados foram coletados pela ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), por meio dos registros disponibilizados pela Prefeitura Municipal, e apresentados no III Encontro do Ecossistema de TI da Grande Florianópolis, que ocorreu na última terça-feira (28/05). A arrecadação passou de R$ 53.371.502,60 no ano pré-pandêmico para R$ 90.003.557,85 em 2022.
Os números mostram o crescimento sustentável na capital, mas representa um movimento que ocorre em todo o Polo de Inovação da Grande Florianópolis, que inclui 18 municípios. Além de Florianópolis, fazem parte também Palhoça, São José, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Antônio Carlos, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Garopaba, Paulo Lopes, São Bonifácio, Anitápolis, Alfredo Wagner, Rancho Queimado, Angelina, Leoberto Leal e Major Gercino.
Na ACATE, o número de associadas já chegou a 1.790 empresas em todo o estado de Santa Catarina, sendo 58,49% delas na Grande Florianópolis. No total de associadas, 47,5% são startups, 40,5% são pequenas e médias empresas em crescimento e 5% são scale-ups, que estão em acelerado processo de crescimento.
“São associados de vários tamanhos que precisam se conectar. Florianópolis é o maior polo no estado, mas os demais estão crescendo bastante, com ambientes favoráveis para o surgimento e a atração de novas empresas. Isso já é uma característica de Florianópolis, que atrai muitas empresas por causa da qualidade de vida e dos incentivos ao setor de tecnologia e inovação. Queremos que os outros polos acompanhem esse crescimento e que Santa Catarina se torne o estado da inovação”, afirma Thaís Nahas, diretora do polo regional da Grande Florianópolis e da Vertical Smart Cities da ACATE.
Expansão para outras regiões
Nos últimos anos, a ACATE, que nasceu em Florianópolis, uniu esforços e criou a Vice-Presidência de Integração para conectar os polos e desenvolver o mercado de tecnologia em toda Santa Catarina. Betina Zanetti Ramos, que esteve à frente da cadeira entre 2022 e 2024, diz: “Desde o começo, a ACATE pretende ser uma entidade estadual. Então, se por vezes, por muito tempo, fomentamos o ecossistema de Florianópolis, hoje nós temos a missão de fomentar os polos. Queremos um estado referência em inovação, onde sabemos que a tecnologia é a base para isso, sendo o setor que permeia todos os setores produtivos”.
Os números mostram um aumento crescente da representatividade na tecnologia em todas as regiões de Santa Catarina. Em 2021, 67,06% das associadas estavam na Grande Florianópolis e 32,94% em outras regiões. O comparativo mudou até que, em 2024, a região da capital representa 58,49% das associadas, enquanto as demais regiões representam 41,51%. O aumento da representatividade é de quase 10% em menos de dois anos.
Perfil e desafios do ecossistema
Atualmente, a Grande Florianópolis tem um dos maiores polos de tecnologia do Brasil, com um perfil de pequenas e médias empresas. Thaís Nahas explica o que isso significa: mais empreendedores e menos riscos de uma só empresa fechar as portas e levar milhares de empregos de uma só vez. “Estamos capacitando e atraindo pessoas, mas também facilitando o ambiente para que elas trabalhem. Somos um setor organizado, que tem números, participa das discussões do desenvolvimento da cidade”.
No encontro de TI da Grande Florianópolis, estiveram presentes também Juliano Richter Pires, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, e Edgard Usuy, secretário de Planejamento do estado de Santa Catarina. O primeiro trouxe a intenção da Prefeitura de trabalhar para consolidar o Polo de Inovação. Já Usuy falou sobre as estratégias do governo estadual para amenizar os impactos da reforma tributária nas startups locais.
“Durante muitos anos o Brasil falou sobre uma reforma tributária e nunca saiu, até que aconteceu. O poder executivo do estado de Santa Catarina entende que, pelo modelo de negócio, de ter que testar, para vocês é um movimento arriscado [a reforma]. Mas é um mal necessário. Então, o que queremos oferecer para o setor de tecnologia? Previsibilidade, como a estratégia de não aumentar a carga tributária no estado. É a linha lógica que o governo quer manter”, afirmou Usuy em uma de suas falas.
Futuro do ecossistema em Santa Catarina
Diego Ramos, que assume a presidência da ACATE a partir de junho de 2024, diz: “Temos muitos desafios pela frente e eu chego com o sonho grande de tornar Santa Catarina um grande player de inovação a nível da América Latina até o final desta década. Para isso, precisamos fazer com que nossas empresas exportem cada vez mais para o exterior. Vamos focar também em formar mais talentos e novos empreendedores”.
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