Tecnologia brasileira beneficia sistema de segurança pública
O disparo de uma arma deixa marcas no projétil que podem revelar informações muito importantes para os peritos criminalísticos. Pensando em contribuir com a redução da criminalidade e visualizando uma oportunidade de negócio, a empresa catarinense Photonita investe no desenvolvimento de um equipamento capaz de identificar as armas envolvidas em crimes, a partir da medição daquelas marcas deixadas na munição disparada.
O disparo de uma arma deixa marcas no projétil que podem revelar informações muito importantes para os peritos criminalísticos. Pensando em contribuir com a redução da criminalidade e visualizando uma oportunidade de negócio, a empresa catarinense Photonita investe no desenvolvimento de um equipamento capaz de identificar as armas envolvidas em crimes, a partir da medição daquelas marcas deixadas na munição disparada. Trata-se de uma tecnologia inovadora no Brasil que está sendo aplicada no produto denominado Lepus, financiado pelo programa de Subvenção Econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O protótipo, desenvolvido em dois anos e meio, está sendo testado pelo Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS), em Porto Alegre, por meio de uma parceria estabelecida com a Photonita. Em março, ele foi apresentado ao IGP. A ideia é que a usabilidade do produto seja avaliada por especialistas a fim de melhor desenvolver o equipamento. “Nosso objetivo é estabelecer um canal de comunicação com os peritos para desenvolver o Lepus com a máxima aderência ao cliente. Queremos que o produto nasça já moldado por especialistas”, afirma o diretor de Negócios da Photonita, Carlos Aurélio Pezzotta.
Exame minucioso
A identificação balística a que se propõe o sistema Lepus baseia-se no exame microcomparativo dos elementos de munição disparada, ou seja, de elementos disparados pela mesma arma que tenham necessariamente as mesmas marcas. Por exemplo, quando uma arma é apreendida, os peritos podem comparar as marcas que ela produz com as marcas encontradas nos elementos de munição de vários outros crimes, descobrindo se ela esteve ali envolvida. A solução também pode ser usada, em caso de conflitos armados, para reconhecer de qual arma partiu um disparo que tenha provocado alguma vítima.
O equipamento é aplicado na aquisição e no armazenamento de imagens tanto de projéteis como de estojos deflagrados e oferece uma visão única de 360°. Com agilidade, disponibiliza ferramentas gráficas para confrontos de imagens digitais, o reconhecimento automatizado de projéteis semelhantes que estejam armazenados numa base de dados e a perspectiva de interligação entre diversos institutos de perícia que utilizem o mesmo sistema.
Caso seja incorporada ao mercado, a tecnologia nacional terá a vantagem de ser totalmente adequada às necessidades dos peritos brasileiros. “A perspectiva é que o produto seja aprimorado e chegue ao mercado até 2013”, prevê Pezzotta.
A Photonita nasceu em 2002 na Incubadora de Empresas Celta, em Florianópolis. A empresa atua em diferentes frentes, no desenvolvimento de sistemas de medição de alta tecnologia baseados em óptica para aplicações industriais e inspeção em gasodutos, oleodutos, e sistemas voltados ao mercado automotivo. Recentemente, a empresa conquistou recursos da ordem de R$ 2 milhões provenientes da Finep para subsidiar novos projetos, entre eles, o equipamento para identificação balística Lepus.
Assessoria de Imprensa da Photonita