Tecnologias e riscos de segurança desafiam sociedade, governos e empresas a se protegerem
A evolução das tecnologias e a crescente digitalização em diferentes setores nos últimos anos trouxeram novos desafios de segurança. Proteger-se na atualidade perpassa por entender o ambiente cibernético, as normas vigentes e estar atento aos riscos, seja enquanto indivíduo ou empresa, governos e sociedade. Neste cenário, a Vertical Security Tech da ACATE se propôs a realizar discussões em um dia de encontro para gestores, profissionais e interessados pela temática de segurança.
O diretor da Vertical de empresas de tecnologia especializadas em soluções para segurança, Fabio Brodbeck, fez a abertura no Centro de Inovação ACATE Primavera, na última quarta-feira (25) e destacou o objetivo do evento: “Nos propomos a ser um ponto de contato entre a Vertical e provedores de soluções de segurança, e demais instituições para levar informações importantes através de conteúdos sobre segurança digital, patrimonial e pública”. Ele acrescenta que o grupo reúne mais de 30 empresas que possuem o intuito de trazer maior nível de segurança para as pessoas através da inovação. Algumas dessas empresas puderam expor suas tecnologias na feira de negócios da 2ª edição do Security Tech Day.
Entre os presentes no evento, esteve Felipe Mandawalli, atual head de Inovação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Governo do Estado de Santa Catarina, e que também já ocupou a vice-presidência de Integração da ACATE e a direção da Vertical edTech. Ele ressaltou que tanto o estado quanto a capital Florianópolis se posicionam entre os locais mais seguros do país e a segurança pública movimenta a economia, mas ainda há muito a evoluir. Felipe em sua fala afirmou que um dos esforços para agregar tecnologias para o estado se dá por meio da inovação aberta, onde o Governo de SC aproxima seus desafios às soluções de startups, por exemplo, através do programa LinkLab da ACATE.
Os painéis e palestras também debateram sobre a segurança nas cidades e da sociedade como um todo. O crescimento significativo de ataques a escolas acende um alerta para encontrar soluções que previnam novos atentados. Gustavo Jota, head de Marketing da Digitro, apresentou a palestra sobre as metas em diferentes segmentos, entre eles o de segurança, que podem tornar as cidades mais inteligentes e com ações coordenadas na prevenção de problemas de ataques, eventos extremos e demais emergências.
“Nós temos sempre que mitigar o problema, mas nós temos também a parte do monitoramento. Tem vários sistemas críticos que já realizam acompanhamentos e mandam informação automatizada para o sistema de avaliação se existe um risco crescente e se é necessário um despacho coordenado para que as forças realizem algo antes que o evento aconteça”, afirmou Jota ao citar o exemplo das enchentes que assolam muitas regiões do Sul do Brasil.
O Diretor de Inteligência da Polícia Civil de Santa Catarina, delegado Gustavo Madeira, foi um dos painelistas na temática de “Monitoramento de segurança e resposta à incidentes”, junto a Raissa Constante, líder na área de Centro de Operações de Segurança da Teltec, Guilherme Colombo, gerente de Startups and Associations da Dell no Brasil, e Georgia Benetti, analista de Segurança da Informação e Privacidade na IpTrust. O painel debateu sobre as mudanças que aconteceram após a pandemia no ambiente cibernético. Para Madeira, houve uma mudança no perfil dos crimes, que antes eram predominantemente urbanos e se sobressaem no ambiente virtual nos dias de hoje.
Entre os dados destacados pelo Diretor de Inteligência estão a redução em mortes violentas e de prisões resultantes de mandados em investigações, enquanto o número de estelionatos eletrônicos chegou a uma média de 208 golpes por hora no Brasil em 2022. De acordo com Madeira, os crimes comuns também passaram a ser investigados no ambiente cibernético com um monitoramento ativo das redes com relação, por exemplo, aos ataques nas escolas e crimes de ódio.
Segurança digital: tendências e tecnologias
Um dos momentos de maior preocupação para pessoas que atuam na área de segurança cibernética e que teve destaque durante o evento foi a Black Friday, a qual acontece anualmente no mês de novembro. Representando uma das maiores plataformas de comércio eletrônico, Allan Buscarino, head de Cyber Security do Mercado Livre, elencou que entre as ameaças que são comuns no Brasil estão: fraudes, golpes de engenharia social, roubos de conta e identidade.
Além de Buscarino, o painel contou com a participação de Daniele Ferreira, líder de Segurança da Informação da JusBrasil, Guilherme Scheibe, diretor regional do PCI Security Standards Council, e Flávio Moritz, diretor da Jscrambler. O painel discutiu sobre cases das empresas dos painelistas e tratou sobre a consolidação de uma cultura de segurança.
O head de cibersegurança do Mercado Livre, afirmou que uma das ações é a capacitação de vendedores para atuar de forma produtiva, mas sem sofrer golpes. Já a líder de Segurança da Informação da JusBrasil ressaltou que o cenário atual para segurança é caótico e uma das melhores formas de se proteger é a conscientização.
Assim como as tecnologias evoluem para trazer benefícios aos negócios, elas também são utilizadas para crimes cibernéticos. Outro destaque do Security Tech Day foi a Inteligência Artificial, tema principal da palestra de Mauricio Vieira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Fortinet, sobre as “Estratégias para adoção de IA no ambiente de segurança cibernética”. Vieira apresentou o histórico de evolução da tecnologia e como ela é utilizada para trazer riscos, como o uso de deep fakes e outras formas de tornar ransomwares, que são propagados via e-mail e mensagens em redes sociais, mais convincentes para que pessoas caiam em golpes e fraudes.
Mauricio Vieira foi participante de outro painel sobre “Segurança associada com Generative AI” junto a Edilson Ramos, CTO da Movti, Celso Webber, Enterprise Account Manager na Kaspersky, e Mauricio Canto, diretor da iTFLEX Tecnologia. Os painelistas destacaram a utilização da IA por fabricantes de segurança, e Vieira ressalta que “se existe IA para trazer riscos e para o mal. É uma missão responder com o uso da IA para o bem”.
Além da tendência da Inteligência Artificial, o universo da tecnologia se preocupa com a segurança na tecnologia da nuvem, utilizada pelas empresas para o desenvolvimento de novos produtos. Os painelistas Diego Alexandre, CEO da DATI, Marcelo, Zillo Neto, líder de Segurança na AWS e Mauricio Canto, que mediou também esta discussão. Eles abordaram a necessidade de estratégias de segurança que cubram toda a esteira de desenvolvimento de tecnologias pelas empresas, desde o início de uma startup até a sua escalabilidade.
Outra tecnologia em debate no Security Tech Day foi o bitcoin, em que Wilson Leite, investigador da Polícia Científica de SC, tratou sobre investigação forense em blockchain. Wilson situou as tecnologias envolvidas com as criptomoedas e a forma como a polícia segue as movimentações financeiras para encontrar pessoas que cometem crimes, como ocultação de capital, lavagem de dinheiro, pirâmides financeiras e pagamentos a cibercriminosos.
LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem o objetivo de proteger a privacidade de informações que possam identificar indivíduos por meio de dados considerados sensíveis, que se referem à origem racial ou étnica, religião, opinião política, entre outros aspectos.
Vigente desde 2020, a evolução da norma foi parte da palestra “Comunicação de incidentes de segurança e sanções administrativas pela ANPD” pela palestrante Kátia Oliveira, gerente de Projeto do Conselho Diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
A gerente destacou que a ANPD possui três competências em relação à lei: fiscalizatória, regulatória e sancionatória. Ou seja, a Agência é responsável pela fiscalização de qualquer organização que trate dados pessoais e de colocar em prática a execução da lei, por exemplo, com a aplicação de multas e sanções para aqueles que não agirem em conformidade.
A primeira multa por descumprimento à LGPD foi aplicada apenas em 2023 e a sanção pode variar desde advertência até valores de R$ 50 milhões por ocorrência. Para Kátia Oliveira, além da perda financeira, a falta de adequação à legislação pode acarretar danos maiores: “Às vezes nós pensamos que a sanção seria a pior coisa que poderia acontecer com o empreendedor, mas a pior coisa que pode acontecer é a perda de confiança do cliente”. Ela acrescenta, que uma das sanções também é a publicização da infração cometida.
Com alto impacto para empresas no caso de descumprimento, a adequação à lei é um processo que exige acompanhamento e conhecimento técnico para mitigar riscos e promover um tratamento seguro de dados. Além do tratamento, a LGPD aborda desde coleta, armazenagem, utilização, compartilhamento, prazo de retenção até a eliminação dos dados.
O Security Tech Day foi realizado pela Vertical Security Tech da ACATE e contou com o patrocínio diamante das empresas Connection, Fortinet, TD Synnex, Dati, AWS, Digitro, ipTrust, Kaspersky, Movti, Dell Technologies, iTFLEX e Ostec.
A Vertical Security Tech da ACATE
Hoje a ACATE conta com 11 Verticais de Negócios, nas áreas de Agtech; Construtech; Edtech; Energia; Fintech; Manufatura 4.0; Peopletech; Saúde; Security Tech; Smart Cities e Varejo.
A Vertical Security Tech é composta por empresas de tecnologia que atuam no desenvolvimento e comercialização de soluções para o segmento de segurança (patrimonial, pública, privada, da informação e outras).
O grupo reúne empresas com soluções para segurança de dados, em áreas de monitoramento de imagens e alarmes, softwares e hardwares que auxiliam no controle de acesso a estabelecimentos, automação inteligente, reconhecimento facial e proteção cibernética.
Os grupos realizam reuniões periódicas para debater problemas e necessidades de seus mercados. Integrar uma vertical permite alcançar grandes nomes do mercado e do ecossistema, ganhar visibilidade, trocar experiências, gerar networking, participar de rodadas de negócios, obter acesso a oportunidades ímpares e a conteúdos exclusivos.
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