Setor de tecnologia de SC criou 10,3 mil vagas em 2021; terceiro melhor desempenho do país
O ano de 2021 foi de bom desempenho na geração de empregos formais na área de tecnologia em Santa Catarina. Os dados do Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mostram que foram criadas 10,3 mil novas vagas neste segmento. O estado está entre os três que mais geraram empregos na área de tecnologia no país, ficando atrás apenas de São Paulo (54,4 mil) e Minas Gerais (12,3 mil).
O desempenho representa um salto em relação ao saldo de 2020, quando foram contabilizados 2,5 mil novos postos com carteira assinada na área de tecnologia catarinense. De acordo com Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da ACATE, o setor deve continuar aquecido. “A pandemia acelerou ainda mais a transformação digital em todos os setores da economia, além de proporcionar a adoção massiva do home office e a explosão de serviços online, demandando cada vez mais soluções de tecnologia da informação. E são os profissionais dessa área que constroem, melhoram e dão suporte ao uso dos softwares. Portanto, a expectativa é que a demanda por esses talentos siga em crescimento exponencial nos próximos anos”, explica.
Empresas como a Zucchetti, multinacional italiana especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão para empresas de todos os portes, abriu 100 vagas em todo o Brasil, sendo 70% em Santa Catarina e 30% em São Paulo. Para este ano, a estimativa é de cerca de 50 novas posições. “Buscamos profissionais comprometidos e que compartilhem os nossos valores culturais, baseados em união e espírito de equipe, busca pela inovação, compromisso com alinhamento e entrega de resultados”, afirma Ana Paula Zancanaro Socha, Diretora de Gestão de Talentos na Zucchetti.
Enquanto a Asaas, fintech de Joinville que oferece serviços de conta digital para empresas por meio de uma solução completa para gestão de cobranças, pagamentos e antecipações, quase triplicou o seu número de colaboradores, saltando de 184 para 488 em 2021. Considerada umas das candidatas à unicórnio em 2022 pela plataforma de inovação Distrito, a startup teve um crescimento de 94% no faturamento e 79% nos usuários em 2021. Para este ano, a expectativa é abrir novas vagas principalmente na área de Tecnologia, nas equipes de Engenharia e de Produto.
Em Florianópolis, a Kyte, que desenvolve uma plataforma de venda para pequenos negócios, abriu 41 novas vagas. Com as contratações a equipe cresceu 177%. E os planos da startup para 2022 seguem a todo vapor. “Nos estruturamos bastante em 2021 e para este ano pretendemos contratar em um ritmo mais estratégico, ou seja, iremos fortalecer o desenvolvimento dos nossos talentos e buscaremos no mercado perfis-chave, com alto nível de senioridade que nos auxiliem na escalabilidade e crescimento”, afirma Rivia Correa, Head of People da empresa.
Entre as atividades econômicas com maior número de contratações no ano passado no estado, destacam-se as atividades dos serviços de TI, prestação de serviços de TI, reparação e manutenção, telecomunicações e pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, foram criadas 122 mil novas vagas na área de tecnologia em 2021. Somente o Pará (-485) e o Maranhão (-555) registraram saldo negativo.
Iniciativas para formar talentos
Com cada vez mais vagas abertas, uma das principais dificuldades encontradas pelas empresas na hora de contratar é a falta de profissionais qualificados, principalmente da área de desenvolvimento de software. No entanto, para suprir essa demanda algumas iniciativas estão sendo criadas.
Um exemplo é o projeto DEVinHouse, promovido pelo SENAI e ACATE. O programa já formou 225 novos desenvolvedores desde novembro de 2020.
Outra iniciativa que acontece em Santa Catarina é o Entra21, da Blusoft, polo regional da ACATE em Blumenau. O projeto capacitou gratuitamente mais de 5 mil jovens desde 2006.
Outro exemplo é a capacitação oferecida pela Prefeitura de Florianópolis, em parceria com a UFSC, no projeto Floripa Mais Empregos.
“Entendemos que a falta desses profissionais em quantidade e qualidade demandados pelo setor passou a ser um desafio a ser enfrentado de forma coletiva. Por isso, a ACATE vem articulando com empresas e outros atores, criando uma série de cursos para jovens talentos e para quem deseja pivotar de profissão, migrando para a carreira da tecnologia da informação”, conclui Marafon.